UMA VIAGEM AO EGITO ANTIGO

 

 

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O MITO DE OSÍRIS

 

Osíris o filho mais velho de Geb e Nut e deus do mundo subterrâneo, da ressurreição e da vida eterna foi uma vez o rei do Egito. Ísis, sua irmã, era sua esposa e rainha. A Terra floresceu sob o reu reinado e o céu e todas as estrelas o obedeciam. No entanto seu governo foi interrompido por um ato de extrema violência. Osíris foi atacado por seu irmão Seth enquanto dormia sob uma árvore às margens do Nilo e o assassinou.

Seth cortou o corpo do irmão em diversos pedaços e os espalhou pelas terras mais distantes para que ele jamais fosse encontrado. Mas Seth não conseguiria destruir o amor e encanto de Ísis, a consorte de Osíris. Ela percorreu todo o Nilo a fim de encontrar cada parte do corpo de seu marido. Quando as encontrou e as juntou novamente, deu fôlego a Osíris para que pudessem desfrutar de seu amor mais uma vez.

 

 A ESCRITA EGÍPCIA: HIERÓGLIFOS

 

No Egito Antigo a escrita mais usada era conhecida como escrita hieroglífica, pois era baseada em hieróglifos. Estes eram desenhos e símbolos que representavam idéias, conceitos e objetos. Os hieróglifos eram juntados, formando textos. Esta escrita era dominada, principalmente, pelos escribas

Os egípcios escreviam, usando os hieróglifos, no papiro (espécie de papel feito de uma planta de mesmo nome) e também nas paredes de pirâmides, palácios e templos.

Estes hieróglifos são a principal fonte histórica para entendermos a história desta importante civilização antiga. Poucos egiptólogos (estudiosos do Egito Antigo) conseguem decifrar a escrita hieroglífica

 

O RIO NILO E A SOBREVIVÊNCIA NO EGITO ANTIGO

 

 

Rio do nordeste da Africa extensão é de 6.695Km (5.600Km desde o lago Vitória), sua bacia é de 3.000.000Km2. O rio nasce de um curso de água de Burundi, com o nome de Kagera, e depois se lança no lago Vitória, do qual sai denominado Nilo Vitória, em Uganda. Atravessa o lago Kioga e depois o lago Mobutu, recebendo então o nome de Bahr el-Gebel. Penetra no Sudão e recebe o Bahr el-Ghazal pela margem direita e o Sobat pela margem direita, tomando o nome de Nilo Branco. Em Cartum, conflui com o Nilo Azul (procedente da Etiópia) e depois recebe o Atbara na região das cataratas. Entra então no Egito, o qual atravessa de norte a sul, lançando-se no Mediterrâneo por uma grande delta, que começa no Cairo e avança em duas ramificações: a de Roseta (1.076m3/s) e a de Damieta (500m3/s).

No Egito as cheias do Nilo acontecem entre junho e novembro, chegando ao máximo em setembro. O rio carrega altas quantidades de Aluvião, que abandona por ocasião das vazantes e que fertilizam o leito maior. Suas águas são utilizadas para irrigação desde a antigüidade e seu curso inferior se apresenta como um longo oásis que corta o deserto. Banhando uma série de cidades, ele constitui também uma grande artéria navegável. Grandes obras têm sido realizadas em seu curso (no Egito) com a finalidade de erguer o nível das águas na cabeceira dos canais e de aumentar o débito do rio entre fevereiro e julho. A imensa barragem de Assuã foi a última e a mais importante dessas obras.

O Egito, cujo nome oficial é República Árabe do Egito, faz parte do conjunto de países pobres que compõem o Terceiro Mundo. O país tem um território de 1.001.449Km2 e 45 milhões de habitantes. Quase toda a população professa o islamismo, que é a religião oficial.

"Dádiva do Nilo", segundo a expressão de Heródoto, historiador grego do século V a.c., o Egito Antigo era, na realidade, um extenso oásis com mais de 1.000 quilômetros de comprimento por 10 a 20 de largura. O Nilo era, então, muito mais largo do que é hoje e corria através de uma vasta planície. Ao longo do tempo, a largura do rio foi diminuindo e seu leito ficando cada vez mais profundo. O Vale do Nilo compreendia o Alto Egito, ou Terra do Sul, e o Baixo Egito, ou Terra do Norte. O Baixo Egito ocupava a vasta planície aluvial formada pelo delta.

O "nilômetro" é uma construção de pedra, uma espécie de poço, edificada à margem do rio. No fundo do poço, há uma comunicação direta com o Nilo. Tem diversos pontos na parede do poço junto à escada, os quais permitiam ler a altura atingida pela água. Em função da data e da altura assinaladas, é possível se prever qual será a altura máxima de uma enchente.

FARAÓ: DEUS E REI SUPREMO

 

Faraós do Sol

Arqueólogos e historiadores continuam a especular sobre o período de Amarna do Egito, que abrangeu os anos de cerca de 1369 a 1344 a. C. O período refere-se ao Faraó Akhenaton e sua bela mulher e rainha, Nefertiti. Corriam, na época, os anos finais da Décima Oitava Dinastia, quando aquele faraó teve a revelação de se devotar a um só deus, Aton, e atreveu-se a mostrar sua convicção. No esforço para difundir a nova crença ao povo, apenas conseguiu, daí por diante, ser conhecido como o herege.

Remanescentes deste e de outros períodos importantes da história do Egito Antigo continuam a ser investigados e reavaliados. O que se chamou de Período de Amarna abrangeu no máximo o espaço de alguns anos; mas foi alvo de um interesse dos historiadores e do público que se podia comparar ao dedicado ao Período das Pirâmides de mais de mil anos antes. Akhenaton era uma pessoa controvertida e idealista que deixou com sua presença uma marca indelével na história do mundo.

Esse faraó resolveu introduzir o conceito monoteísta, a crença em um só deus. Parece que ele achava ter chegado o momento de seu povo ter nova religião, e, no intuito de estabelecer essa idéia, procurou desviar do povo o culto aos muitos deuses e levá-lo a devotar-se a um só.

Achava também que o poder dos sacerdotes sobre o povo e os reis devia sofrer restrições e nova orientação.

A Décima Oitava Dinastia teve início por volta de 1570 a. C. e produziu muitos faraós brilhantes, entre os quais Ahmoses, Tutmosis III, Amenhotep III e, naturalmente, a Rainha Hatshepsut. Tutmosis III muitas vezes conduziu o exército até a Síria e ao vasto deserto no noroeste, conseguiu dominar as cidades dos estados vassalos, e derrotar o rei hitita em Kadesh. Tebas tornara-se a mais rica e mais poderosa cidade da terra.

Os tesouros do templo do deus Amon em Karnak estavam repletos de ouro, prata, bronze, cobre e pedras semipreciosas trazidas pelos guerreiros cruzados, Os estados vassalos continuaram a enviar seu tributo anual ao faraó. A mais antiga civilização do mundo estava mais gloriosa que nunca. O deus Amon em Karnak fora igualado ao deus-sol Ra. Os pastores que a invadiram, os hicsos, haviam sido expulsos.

 

 

                                                                                         

 

 

 

SERÁ QUE O FARAÓ FAZIA TUDO SOZINHO

Na história do Egito Antigo, a formação de um império centralizado teve marcante presença nos diversos instantes que organizaram a formação e a trajetória da sociedade e das instituições políticas desta população. Antes que fosse originada tal forma de governo, os egípcios organizavam-se em torno da autoridade dos nomarcas, chefes locais que tinham por função conduzir as atividades econômicas, políticas e administrativas de uma determinada comunidade.

Contudo, a ampliação dessas comunidades, também conhecidas como nomos, estabeleceu a integração de vários povos que antes viviam de forma independente. Dessa maneira, se instituía um tipo de integração que extrapolou a necessidade de desenvolvimento da agricultura e abriu caminho para a circulação de produtos e pessoas ao longo do território egípcio. Paralelamente, sob o âmbito político, a figura do nomarca não mais detinha as condições necessárias para ordenar as tarefas de toda sociedade.

Foi nesse contexto em que o Egito Antigo foi primeiramente organizado por dois reinos distintos: o Alto Egito ou Terra do Sul e o Baixo Egito ou Terra do Norte. Essa primeira experiência política de traço mais centralizador atingiu seu ápice quando o rei do Alto Egito, Menés I, realizou o processo de unificação política que o transformou no primeiro faraó da história do Antigo Egito. A partir de então, por volta de 3200 a.C., uma nova fase da história política dos egípcios dava seus primeiros passos.

O faraó era um governante com amplos poderes dentro do território egípcio. Graças aos poderes a ele investidos, poderia colocar a maioria da população sob o seu comando por meio do eficiente sistema de trabalho servil que organizava tal sociedade. Sendo o Estado o único proprietário de terras, o faraó era responsável pela condução das atividades agrícolas de toda nação. Além disso, também cabia a ele orientar quais seriam as obras públicas e demais construções a serem executadas pelos servos.

Apesar de a autoridade faraônica ter visível presença no interior da sociedade egípcia, devemos frisar o importante papel desempenhado pelo corpo de auxiliares que apoiavam o faraó. Um grande conjunto de funcionários públicos, militares de alta patente, fiscais e escribas eram utilizados para que o faraó estivesse ciente de todas as informações necessárias para a condução de seu governo. Somente assim podemos compreender a sustentação desta forma de governo centralizada.